terça-feira, 28 de setembro de 2010

Homenagem ao caçula

Esse vídeo foi feito em homenagem aos 4 anos do Yuki. Músico de nascença.

A primeira música, Chula Cortada cantada por Pedro Miranda, foi escolhida pelo fato dela ser atualmente a música preferida do Yuki. Ele a canta e a ouve 547 vezes por dia. A segunda música do vídeo tem outra história. Quando ele  ouviu pela primeira vez Adriana Calcanhoto cantando Poeta Aprendiz de Vinícius de Moraes ele disse que essa era a música dele. Feita para ele. Quem sabe será mesmo???

Com vocês, o MEU, o SEU, o NOSSO YUUUUUUUUKIIIIIIIIII!



"Por isso fazia
Seu grão de poesia
E achava bonita
A palavra escrita
Por isso sofria
De melancolia
Sonhando o poeta
Que quem sabe um dia
Poderia ser"

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

CERN. Acabou-se o que era doce

Já sinto saudades de quase tudo, mas se tem algo que eu olho e dou graças à Deus de estar bem distante são essas  máquinas engolidoras de moedas e completamente surdas. Esse foi o meu pesadelo naquela terra super interessante.


Para pegarmos ônibus, trem, bonde, cavalo, café, água... tinha que ter um bilhete que só era adquirido na máquina. Detalhe: só aceitava moedas, não dava troco e não poderíamos comprar dois bilhetes. Então, se o bilhete custasse dois francos e só tivéssemos uma moeda de cinco francos, tínhamos que beijar a moeda e despedir-se dos três que a máquina iria engolir para a eternidade. Mais um detalhe, o ônibus, o trem e o bonde tinham uma pontualidade suíça. Éramos um grupo de sei lá quantos. Toda hora que chegávamos no ponto era uma gritaria nervosa porque tinha que dar tempo de comprar bilhetes para todos embarcarmos juntos. A visão de um grupo de físicos desesperados diante da máquina era deprimente (no bom sentido, é claro...):

-QUEM TEM DEZ CENTAVOS? QUEM TEM DEZ CENTAVOS?
-TÁ CHEGANDO! TA CHEGANDO!TÁ CHEGANDO!
-EURO OU FRANCO?EURO OU FRANCO?
-QUE BOTÃO VOCÊS APERTARAM?QUE BOTÃO VOCÊS APERTARAM?
- ENGOLIU! ENGOLIU!
-APERTA!APERTA!
- É ESSE? É ESSE???

Toooodo dia era isso. Toooooodo dia.

Até que chegou nosso último dia, com as últimas palestras com questões para lá de filosóficas:

Esse é  Dr.Jonathan Ellis, pesquisador do CERN que nos contou sobre Questões em Aberto na Física de Partículas e no Universo.



Esse aí é o Fábio Beig verificando o que sobrou da bolada que ele havia levado para Genebra.

E enfim, chegava ao fim o nosso sonho. Muitos já foram para as palestras de sexta-feira de mala e cuia. Apesar da saudade grande de casa, o coração estava apertado por ser obrigado a dar adeus aos novos amigos e por não ter palavras para agradecer todos os momentos maravilhosos que passamos juntos.


A maioria do grupo pegaria avião sábado a tarde e sobrou, então, o restinho da tarde de sexta e a manhã de sábado para conhecermos o resto da Europa. Vãobora que dá tempo!


Era o único momento que tivemos para comprar souvenirs e o que mais tivéssemos vontade. Nas sacolas aí em cima  tínhamos patins, relógios, chocolates, brinquedos, canivetes... Quem converte não se diverte! Foi o lema que adotamos para ter coragem de trazer tudo o que queríamos.


Após as compras, resolvemos parar e curtir com calma um cantinho de Genebra. O resto da Europa ficaria para a manhã do dia seguinte.


Não era raro ver mulheres de burca. Nessa aí, nós ficamos de olho para ver como  a coitada ia comer com aquilo. Essa foto foi tirada por Soraia Azeredo que além de excelente física  tira fotos com muitos defeitos especiais!


Essa é a Izabel Cristina, autora da frase "Quem converte não se diverte!" e responsável por eu ter gasto o dobro do que previa.


Bom, estamos nos finalmentes mesmo. Fábio nesse dia, chegou até a colocar a calça pelo avesso!

Sábado pela manhã, corremos ao aeroporto para fazer o check in e tentar conhecer o resto da Europa.


Decidimos começar pelo Museu da História da Ciência. Como o museu era lindo, ficamos mais tempo do que deveríamos nele e não conseguimos conhecer Paris, por exemplo. Tínhamos que voar para a aeroporto.


 É...acabou-se o que era doce. Estávamos muuuuuito cansados... vivemos uma semana intensa. Aprendemos um bocado. Impossível viver uma experiência como essa, tendo contato com o maior laboratório já contruído pelo homem que busca compreender a origem do Universo, sem uma grande transformação interior, sem filosofar, sem se emocionar, sem ser contagiado pela ciência por completo.

Termino aqui essa série de postagens sobre a minha aventura na Escola de Física CERN 2010 com a foto de todos os brasileiros que viveram essa experiência ímpar:

Os recursos necessários para a participação dos brasileiros no CERN, em Genebra  foram obtidos junto ao Departamento de Educação Básica da CAPES e ao Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia do Ministério de Ciência e Tecnologia.

Para deixar registrado:

Dois colegas, Dulcídio e Glória foram entrevistados pela revista Ciência Hoje sobre a Escola de Física CERN 2010:

 http://cienciahoje.uol.com.br/alo-professor/intervalo/todos-os-sonhos-do-mundo.

E também, Ana Luiza no Estadão de SP:

http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,professores-brasileiros-fazem-curso-no-cern,609188,0.htm


Última foto da máquina.

Agora, colocar para frente o que aprendi. O show tem que continuar.

Beijos em todos

Now: home sweet home!!!




quarta-feira, 15 de setembro de 2010

CERN- Quase nos finalmentes...


Lá do restaurante do CERN, dependendo do dia, conseguimos ver o Mont Blanc que é a montanha lá atrás com a ponta branca. Essa foto foi batida por mim, na quinta-feira, dia 9 de setembro, antes do nosso dia começar.



E o dia começou com o pé direito com o curso sobre Aplicações da Física de Partículas à Medicina com o professor Luis Peralta do LIP (Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas). Para quem acha que médico não precisa saber física, saiba que lá no CERN tem um setor onde trabalham físicos e médicos buscando (e encontrando) a cura para vários tipos de câncer.

 Bonito demais ver a ciência aplicada. Bonito demais!

As demais palestras com os professores Gaspar Barreira (LIP) e a professora Rosalia Vargas (Agência Ciência Viva e Pavilhão do Conhecimento) foram legais também.

A tarde fomos conhecer o LINAC (onde os prótons são acelerados) e participamos de uma sessão experimental com uma Câmara de Nuvens. Daqui a pouco vocês vão ver as fotos.

Nessa placa, mostra quando o síncrotron (acelerador de partículas cíclico) foi inaugurado. Conseguem ver ou eu estou atrapalhando muito? É que eu tive que provar que eu estive lá...


Melhor assim?


Bom, e lá vou eu feliz e contente, mais uma vez, conhecer lugares super interessantes e perigosos.




Antes de continuar, tivemos que verificar se tínhamos sido contaminados com aquela radiação toda. Essa aí sou eu, cheia de medo:



Ufa! Posso continuar a visita...

Esse aí embaixo, como vocês podem ver é uma pequena parte de um grande equipamento. Eu já me esqueci para que serve, mas com certeza tem algo a ver com partículas, prótons, quarks...


Olha o acelerador aí, gente!!!


Parte do acelerador linear, responsável pelo primeiro aumento de velocidade dos prótons. Nesse aparelho as partículas, saindo do repouso, atingem uma velocidade de 0,3 da velocidade da luz (100 000 km/s). Outros aparelhos proporcionam aos prótons uma velocidade final de 99,9999 % da velocidade da luz.

Dá para acreditar que eu estive lá?

Bom, depois dessa visita ao LINAC aprendemos com o "prêmio Nobel" de fisica, o professor Mick Storr, como se constrói uma  câmara de nuvens.



Entenderam? Para quem quiser maiores detalhes dê uma olhada aqui, você será direcionado para o blog do professor Dulcídio, que foi comigo para o CERN.

Depois desse dia super cheio ainda fomos confraternizar com os colegas portugueses e moçambicanos e com os professores num churrasco português. Antes disso, havia uma pedra no meio do caminho.


Do meu lado esquerdo a França, do direiro, Suíça. Ainda estou dentro do CERN.

Fomos para o churrasco no ônibus de gente importante. Na sequência: Fábio, Medina, Euzinha, Alex, Soraia, Alexandre e a perua da Izabel.

Já viram um churrasco só de físicos? Ei-lo:


Pensa que não nos divertimos quando nos juntamos?

Ledo engano...

Como dizem os portugueses aqui (que não sabem falar português coisíssima nenhuma): eu sou a mais pequena.

O de avental vermelho é um professor de lá do CERN e o de amarelo eu não tenho a menor ideia de quem seja.


Ah sim!!! Esse é o Sandro Fonseca de Souza. Ele me pediu para que contasse a todos que ele existe. A dizer: ele é carioca, suburbano de Piedade, formado pela UERJ e está pesquisando lá no CERN!!! Se eu não o conhecesse eu também duvidaria que ele é real. Para aqueles que não acreditam que podemos chegar lá, estar junto dos melhores e contribuindo intelectualmente de alguma forma com tudo aquilo, eis a foto:

Sim, we can!!! Quer dizer...he can!!!


Churrasco sem música? Nerd não canta? Quem disse? Com vocês o professor Vitor Oguri!


Depois desse dia maravilhoso, hotel, skype com a família e cama!

Beijos e até o último capítulo dessa série!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Genebra

Hoje, 8 de Setembro de 2010, tivemos a tarde para conhecer Genebra. Na verdade, os portugueses que organizam esse encontro fizeram desse passeio uma brincadeira chamada “ Caça ao Tesouro”. Dividiram-nos em grupo, deram-nos uma folha com várias perguntas e deixaram-nos no centro de Genebra. O final do roteiro era um hotel onde passamos parte da noite regada à música típica e fondue.

Conhecer o CERN, que é o maior laboratório já construído na história, é uma experiência e tanto. Impossível olharmos para esses mega equipamentos com toneladas de fios por todos os lados impregnado de tecnologia de ponta a ponta sem nos emocionarmos, sem refletir sobre o que é a mente humana e do que somos capazes quando juntamos forças. Andar por Genebra, no entanto, não foi diferente. Deparar-se com uma cidade construída no século XII, com as Igrejas imponentes, passar na rua onde morou Rousseau...haja coração para tamanha emoção.

Agora, então, vou contar para vocês a aventura que foi esse passear pela segunda maior cidade da Suíça e uma das cidades com melhor qualidade de vida do mundo! Na verdade, todo o meu grupo de 10 pessoas se perdeu, e no final conheci Genebra com Soraia, professora de física de Niterói, e Izabel, de Santa Maria. Simplesmente uma aventura inesquecível que com palavras e mesmo com fotos, com certeza, não conseguirei reproduzir em toda a sua magnitude.

Vamos?

Descemos na estação “ Cornavin” e andamos (sempre andando a partir de agora) até a Ponte Mont Blanc, uma das perguntas era descobrir quem estava olhando o lago no Quais de Bergues.



A vista de Rousseau é maravilhosa. Cá está:



O que ele está vendo é a Pont de la Machine. A máquina original servia para bombear água para as casas locais. Hoje, aquele casarão que Rousseau olha, transformou-se no Bureau de Tourisme de Genebra.

No caminho, deparamos com esses ambientes pra lá de acolhedores.



Nessas horas, esquecíamos de que havia uma cidade a ser percorrida a pé e fizemos parte da paisagem por mais tempo de que deveríamos.



Tínhamos que descobrir quais são as bandeiras que alternam na Rue de la Corraterie. As lojas nessa rua são caríssimas, na verdade, aqui tudo é caro, mas ela consegue superar o que para mim já era um exagero nessa terra.



O bom é que lá no final, deparamo-nos com a Place Neuve, onde encontramos o General Dufour, sentado no seu cavalo olhando o belíssimo Conservatoire de la Musique. Quando ele foi fundado? Era a pergunta da vez. Estava escrito MDCCCXXXV. Para quem não perdeu a aula de algarismos romanos...


Por alguns segundos o general ficou me olhando.



Entramos agora no Parque de Bastions, jogamos uma partida de xadrez e continuamos.



Nesse parque, encontram-se os principais edifícios da Universidade de Genebra. Lembrei-me da UERJ:




Esses são os quatro gigantes da Reforma. Quem são eles?


Uma vista de arrepiar!



Estamos entrando na Cidade Velha de Genebra. As estreitas ruas da Genebra medieval podem ser visitadas tranquilamente a pé.




Palmas para Izabel que conheceu tudo de botas, elegantésima e não reclamou nadica de nada de cansaço! Uma força invejável.

Estamos entrando no Hotel de Ville. No verão fazem concertos ao ar livre no pátio do hotel.



Uma vez lá dentro, não sabemos se olhamos pro chão, para as paredes ou para o teto.



As flores dão um colorido especial e estão por todos os lados.






Essa aí embaixo é a Grand Rue, local onde Jean-Jaques Rousseau nasceu:





Passamos em frente da Maison Tavel, a casa mais antiga de Genebra.





Atualmente, essa casa virou um museu. Mas claro, como só tínhamos uma tarde para fazer o diabo do roteiro, não entramos em museu nenhum. Continuando, nos deparamos com a Cathedrale Jean Pierre. Haja coração para a vista.



Não chegamos a tempo de subir no alto da torre. Mas entramos...



Lindo demais, concordam? Bom, seguindo fomos parar na praça Bourg du Four, onde paramos, descansamos, tomamos sorvete, eu, refrigerante e Izabel e Soraia, uma cervejinha no La Clemence e continuamos a nossa peregrinação um tanto quanto agradável.

Essa é a vista chegando a praça.



Esta é a indo embora...

Cansados? Nós não, ainda bem porque ainda havia muita coisa a ver. Fomos dar uma olhada no Museu de Arte e História.



De onde eu estava, se olhasse para o lado via a Igreja Ortodoxa Russa, decorada com cebolas douradas.



Espetáculo, não? Continuando...conforme íamos andando de vez em quando deparávamos com fontes. Quando é um leão quer dizer que a água é potável. E quando é outro bicho eu não sei e nem vi.



Agora chegamos ao ponto mais famoso de Genebra o Jato d´água. Jet d´Eau. O jato de água lança 500 litros de água por segundo a uma altura de 140m!!! No verão, ele funciona até às 23h.



Eu nem estou feliz aqui. Apesar de estar cinco horas andando carregando 6 quilos de chocolate, cadê o cansaço que não aparece?


Já estava ficando escuro, mas mesmo assim resolvemos sentar para admirar a vista.



Nada mal, não? Havia mais caminhos a percorrer, mas resolvemos ficar ali mesmo por mais tempo vendo o Sol se por e dali partimos para o hotel Edelweiss, onde chegamos quase 21:00h. Lá, passaríamos uma noite regada a música, a fondue, danças e muitas mas muitas risadas.


Voltando, lá pelas tantas, enquanto esperávamos nosso ônibus ainda sobrou energia para gravarmos esse vídeo altamente explicativo do que estamos aprendendo no CERN.